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24/04/2025
Limites planetários
07/05/2025Crise hídrica e gestão de recursos hídricos – uma oportunidade de catalisar soluções inovadoras e inspirar ações coletivas nas organizações
Atualmente, nossa sociedade enfrenta desafios significativos associados a mudanças climáticas, à perda da biodiversidade e à necessidade de desenvolver economias que garantam acesso igualitário de bens e serviços para todas as nações.
Os desafios de equilibrar todos esses elementos rumo a um desenvolvimento sustentável são gigantescos para governos, organizações e sociedade como um todo, e existe um elemento fundamental que reflete de forma muito direta essa complexidade, a água.
Um estudo recente publicado pelo Banco Mundial em março de 2025 indica que 4 bilhões de pessoas enfrentam escassez severa de água durante parte do ano. Além disso, entre 3 e 4 bilhões de pessoas podem enfrentar escassez física de água com o aumento de 2-4°C na temperatura global devido às mudanças climáticas.
Ainda conforme relatório do Banco Mundial, a urgência na proteção dos recursos hídricos é inegável diante das projeções de queda do PIB global em até 15% até 2050 e do aumento de quase 700% nas perdas econômicas por desastres hídricos desde 1970, que já totalizam US$ 4,3 trilhões. Adicionalmente, US$ 77 bilhões em cadeias de suprimentos estão em risco devido a problemas com a água, impactando setores chave como manufatura e alimentos, enquanto indústrias de alta demanda hídrica enfrentam crescente competição.
Esse contexto desafiador, convida as organizações a acelerarem a sua atuação frente aos desafios de água e buscar oportunidades de implementar ações concretas, que tragam benefícios reais para o meio ambiente e sua estratégia de negócios, promovendo mecanismos de resiliência hídrica.
A resiliência hídrica pode ser definida como a capacidade dos sistemas de água doce de persistir e transformar-se para manter uma função coerente sob mudança, garantindo dessa forma água em quantidade e qualidade adequadas.
ORGANIZAÇÕES QUE DEIXAREM DE AGIR TERÃO DIFICULDADE PARA PERDURAR, QUANTO MAIS PROSPERAR
As organizações reconhecem cada vez mais a necessidade de gerenciar riscos hídricos, não somente em suas operações principais, mas também nas comunidades em que estão inseridas e na cadeia de suprimentos, em redes mais amplas.
O primeiro passo é identificar seu impacto no ciclo hidrológico, e normas como a ABNT ISO 14001:2015, que auxilia na identificação e gestão de aspectos ambientais, e a ABNT ISO 46001:2019, focada especificamente na gestão do uso eficiente da água através da redução, substituição e reúso, oferecem um ponto de partida estratégico.
Mas é importante destacar a necessidade de atuar também fora dos limites das organizações, e para isso, também existem normas e padrões que podem auxiliar nesse direcionamento, pois esse contexto pode parecer inicialmente bastante desafiador.
O Padrão da AWS (Alliance for Water Stewardship) fornece uma estrutura global que orienta os principais usuários de água a entenderem seu uso e impacto, promovendo o gerenciamento sustentável da água de forma colaborativa e transparente dentro de uma bacia hidrográfica.
Um dos aspectos principais a serem destacados é justamente o estímulo as organizações para agirem fora dos limites organizacionais e a identificarem oportunidades de ação na bacia hidrográfica em que estão inseridos. Isso permite que sejam identificadas oportunidades estratégicas de cooperar com entidades governamentais de gestão de recursos hídricos e seus comitês, bem como outras partes interessadas como universidades, ONGs e outros grupos que já estão engajados em projetos práticos vinculados ao tema.
MAS COMO MINHA ORGANIZAÇÃO PODE ATUAR?
A atuação da organização pode iniciar de forma bem básica e ir evoluindo com o tempo. Iniciando por uma Verificação de Conformidade Legal vinculada especificamente ao tema de recursos hídricos, a organização já pode visualizar o seu nível de regularidade e oportunidades de melhoria.
Em seguida, o diagnóstico da quantidade de água consumida por setor dentro da organização pode iniciar um processo de análise crítica, que pode gerar insights para ações como a captação de água da chuva, uso de tecnologias para o reúso da água, aumento da taxa de permeabilidade da organização com ampliação de jardins e áreas verdes são exemplos de possibilidades.
Um terceiro momento é a atuação fora dos limites da organização. A participação em reuniões de Comitês de Bacias pode ser um primeiro passo para entender a dinâmica de gestão de recursos hídricos na região e iniciar um processo de diálogo e identificação de possíveis parceiros e ações a serem executadas.
A GESTÃO DA ÁGUA NAS ORGANIZAÇÕES PASSOU A SER UMA OBRIGAÇÃO. NÃO FIQUE DE FORA!
A gestão eficiente dos recursos hídricos é essencial para garantir a sustentabilidade ambiental e econômica. As normas ABNT ISO 14.001:2015 e ABNT ISO 46.001:2019 oferecem diretrizes valiosas para que as organizações possam identificar e mitigar os impactos ambientais de suas atividades, promovendo o uso responsável da água. Além disso, o Padrão da AWS incentiva uma abordagem colaborativa e transparente, permitindo que as empresas atuem além dos limites organizacionais e cooperem com entidades governamentais e outras partes interessadas, dando diretrizes objetivas para organizações que desejarem esse tipo de engajamento.
Quer garantir que sua empresa esteja 100% em conformidade e maximize a eficiência hídrica? Converse com os nossos especialistas e fortaleça sua estratégia ESG. Juntos, podemos transformar desafios em oportunidades e promover um futuro sustentável desenvolvendo juntos projetos de resiliência hídrica na sua organização e comunidade.
Marcelo Luís Kronbauer – linkedin/marcelokronbauer
Engenheiro Ambiental, Professor Universitário e Coordenador Técnico de Projetos Ambientais.
30.04.2025