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21/05/2025Limites planetários: o que sua empresa precisa entender agora
O conceito de limites planetários é um ponto crucial de reflexão sobre a sustentabilidade ambiental. Apresentado por Johan Rockström e sua equipe na Stockholm Resilience Centre, o conceito descreve os limites dentro dos quais a humanidade pode operar de forma segura, sem comprometer a estabilidade dos sistemas ambientais essenciais para a nossa sobrevivência. Este modelo considera uma série de fatores críticos, como o clima global, a biodiversidade, o ciclo do carbono e dos nutrientes, a acidificação dos oceanos, entre outros. A principal premissa é que ultrapassar esses limites pode desencadear mudanças irreversíveis para o planeta.
Em 2025, o cenário em torno desses limites é mais urgente do que nunca. Diversos estudos indicam que estamos, em várias frentes, ultrapassando os limites planetários. O exemplo mais evidente é o aquecimento global, que já está causando impactos extremos em todo o planeta, como eventos climáticos severos e a perda de biodiversidade. Neste contexto, a necessidade de uma ação global coordenada para estabilizar o clima e evitar os piores cenários de mudança climática é imperativa.
O eminente risco climático em relação às Emissões de Gases de Efeito Estufa (GHG)
O aquecimento global está intrinsecamente ligado à emissão de Gases de Efeito Estufa (GHG), especialmente o dióxido de carbono (CO₂). A redução dessas emissões se tornou um imperativo para limitar o aumento da temperatura global. A comunidade científica estabeleceu como meta a redução de 50% nas emissões globais até 2030, com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Isso implica a descarbonização das economias, a modificação dos sistemas industriais, agrícolas e urbanos, e a transição para fontes de energia renováveis. Essa transição não é uma escolha, mas uma necessidade para garantir um futuro habitável para as próximas gerações.
Além disso, a mensuração precisa e a gestão das emissões de GHG são fundamentais para entender o impacto das nossas ações e como podemos mitigá-las. A adoção de ferramentas como quantificação de pegada de carbono em toda a cadeia de suprimento (Escopo 3), Análise de Ciclo de Vida (ACV) e o monitoramento contínuo das emissões são essenciais para que governos e empresas possam implementar estratégias de redução de carbono de forma eficaz.
A Importância de Uma Estratégia Clara de Redução de Impactos Ambientais
É fundamental que, além de reduzir as emissões de carbono, as estratégias de sustentabilidade incluam medidas concretas para mitigar os impactos de outras áreas críticas. A conservação da biodiversidade, a gestão sustentável dos recursos hídricos e a restauração dos ecossistemas devem ser vistas como componentes interdependentes dentro de um esforço global para garantir a resiliência do planeta.
Embora o clima seja a questão mais debatida, outros limites planetários também estão sendo comprometidos. A perda de biodiversidade, a degradação dos solos e a poluição dos oceanos são questões igualmente urgentes. O ciclo de nutrientes, por exemplo, está sendo alterado pela utilização excessiva de fertilizantes, o que leva à eutrofização de corpos d’água e à emissão de gases como o óxido nitroso, um potente GHG. A acidificação dos oceanos, em grande parte impulsionada pelas emissões de CO₂, ameaça ecossistemas marinhos e a segurança alimentar de bilhões de pessoas que dependem desses ecossistemas.
Portanto, é necessário adotar uma visão holística que integre todos esses limites. Isso exige um entendimento profundo de como as diferentes partes do sistema planetário interagem e como nossas atividades impactam essas interações.
Contexto atual e chamada para ação
Em 2025, estamos em um ponto crítico: ou avançamos rapidamente para adotar um modelo de desenvolvimento sustentável ou corremos o risco de ultrapassar pontos de inflexão que podem ser irreversíveis. A ciência, com o auxílio de tecnologias avançadas de monitoramento e modelagem, tem nos mostrado os caminhos necessários. Agora, é essencial que governos, empresas e indivíduos se alinhem para implementar essas soluções, com uma estratégia clara de mitigação e adaptação.
A ação necessária para proteger os limites planetários envolve a integração da sustentabilidade em todas as esferas da sociedade e da economia. A redução das emissões de GHG, o uso eficiente de recursos naturais, a restauração de ecossistemas e a adaptação dos sistemas produtivos são passos essenciais para garantir que possamos viver dentro dos limites que o planeta pode suportar.
Se conseguirmos ajustar nossas atividades para operar dentro dos limites planetários, podemos garantir um futuro próspero e resiliente. No entanto, a janela de ação está se fechando rapidamente. Precisamos agir agora, com uma estratégia clara de redução de impactos, mensuração de progressos e compromisso global, para garantir que as futuras gerações possam viver em um planeta saudável e equilibrado.
A necessidade de um acompanhamento legal estratégico eficiente
Para assegurar que as ações de sustentabilidade estejam alinhadas aos limites planetários e aos compromissos globais, é imprescindível contar com um acompanhamento legal estratégico eficiente e recorrente.
As normas ambientais evoluem constantemente e o não cumprimento pode comprometer seriamente a credibilidade e a continuidade das organizações.
O monitoramento jurídico proativo permite antecipar obrigações, mitigar riscos e garantir que as estratégias ambientais estejam em conformidade com as exigências legais vigentes.
Essa abordagem fortalece a governança e contribui para a resiliência das empresas diante de um cenário ambiental e regulatório cada vez mais exigente.
Links relevantes:
https://www.youtube.com/watch?v=Vl6VhCAeEfQ
Adilson Becker Jr. – https://www.linkedin.com/in/adilsonbecker/
Consultor em Sustentabilidade na Quantis e Professor Universitário
07.05.2025