O “E” de ESG em 20 ações práticas para qualquer empresa

20 ações práticas para implementar o E de ESG

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O “Enviromental” no ESG representa o eixo ambiental e envolve uma série de ações que visam minimizar os impactos negativos das empresas no meio ambiente, de forma a criar uma mentalidade de ESG – e vale lembrar que as questões relacionadas ao E, ao S e ao G são interligadas: um aspecto pode ser, ao mesmo tempo, a) ambiental e social ou b) ambiental e de governança ou c) ambiental e social e de governança.

Segue uma lista com 20 práticas de “E” que podem ser adotadas em qualquer empresa, mas é importante fazer uma ressalva: a implementação dessas ações deve ser gradual e adaptada à realidade de cada organização, porque depende do seu porte, do setor de atuação e da cultura organizacional. O importante é iniciar o processo e buscar a melhoria contínua.

• Gestão de energia e recursos naturais

1. Consuma energia de forma mais inteligente: troque lâmpadas convencionais por LEDs, instale sensores de presença e utilize equipamentos de alta eficiência energética [classificados como categoria “A” no Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE ou que possuam o Selo Procel (para eletrodomésticos) ou o Selo Conpet (para carros, fogões, aquecedores de água a gás, etc.]; realize auditorias energéticas para identificar oportunidades de redução do consumo; conscientize os colaboradores para desligarem equipamentos em horários de menor utilização e ao fim do expediente; use uma régua de tomadas com interruptores para desligar completamente os aparelhos ao final do expediente.
2. Consuma água de forma mais inteligente: instale torneiras com temporizadores ou com sensores de movimento, use dispositivos de baixo fluxo em banheiros, instale sistemas de captação e reutilização de águas de chuva (vale até mesmo usar baldes para coletar água da chuva para regar plantas ou lavar áreas), incentive o uso consciente de água entre os funcionários; identifique como e quanto de água é utilizada pela organização (elabore um “mapa da água” ou “fluxo da água” ou balanço hídrico).
3. Faça uma gestão de resíduos adequada: atenda a ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; faça um levantamento de todos os tipos de resíduos gerados, sua quantidade e sua classificação (use a NBR 10004); implemente coleta seletiva (disponibilize lixeiras separadas para papel, plástico, vidro e metal em todas as áreas da empresa; pode-se começar a coleta seletiva com um simples sistema de separação de resíduos orgânicos e recicláveis, além de estabelecer uma parceria com cooperativas locais para o recolhimento desses materiais); recicle o que puder ou envie para reciclagem; faça compostagem; saiba quais resíduos fazem parte de logística reversa e os devolva; atente-se de forma especial para resíduos perigosos, como pilhas, baterias e produtos químicos; crie um programa para gerenciamento de resíduos (de acordo com a Lei Federal 12.305/2010); verifique o que a legislação (especialmente as resoluções do CONAMA) determina fazer para cada tipo de resíduo (de construção civil, de serviço de saúde, óleo contaminado, pneus, lâmpadas, etc.).
4. Adote práticas de economia circular: ou seja, ações de reutilização, de recuperação, de retenção, de adição de valor no fluxo extração-produção-consumo-descarte; reutilize materiais e componentes sempre que possível (use caixas e materiais de embalagem recebidos para enviar produtos ou armazenar itens); substitua plásticos descartáveis por opções reutilizáveis ou biodegradáveis ou de materiais reciclados; priorize o uso de materiais renováveis, restaurados, reciclados, recondicionados, remanufaturados ou materiais não contaminados. Até um ateliê de costura pode reaproveitar retalhos de tecido para criar produtos menores, como bolsas ou acessórios, ao invés de descartá-los.
5. Reduza o uso de papel: incentive a digitalização de documentos, o armazenamento em nuvem e a comunicação eletrônica; imprima apenas quando necessário e use frente e verso sempre que possível.
6. Cuide do verde: envolva a empresa em iniciativas de plantio de árvores ou de preservação de parques ou de apadrinhamento / proteção de árvores em canteiros centrais nas ruas.

• Redução de emissões

7. Reduza a pegada de carbono: além das diversas sugestões desta lista, citam-se também, a implementação de sistemas de automação para controlar a iluminação e o aquecimento / refrigeração de ambientes, a adoção de programas de eficiência energética em edifícios (para melhorar o isolamento térmico, substituir janelas por modelos de baixa emissividade, usar iluminação natural para reduzir o consumo de energia); invista em programas de compensação de carbono para neutralizar as emissões geradas pelas operações da empresa; a própria realização de auditorias para avaliar regularmente as emissões de carbono da empresa e identificar áreas onde podem ser feitas melhorias para reduzir o impacto ambiental.
8. Promova o transporte sustentável: incentive a redução do uso de veículos a combustão por meio de teletrabalho; de videoconferências em vez de viagens de carro ou avião; do uso de veículos elétricos ou híbridos ou de bicicletas ou carona compartilhada entre colaboradores ou transporte coletivo.

• Gestão de produtos e serviços

9. Utilize matérias-primas sustentáveis: priorize o uso de insumos renováveis e de materiais reciclados; se possível, provenientes de fontes certificadas.
10. Utilize produtos de limpeza ecológicos: substitua produtos de limpeza convencionais por alternativas biodegradáveis e de baixo impacto ambiental.
11. Entenda a vida útil dos seus produtos: conheça suas matérias-primas e seu ciclo de vida para conseguir desenvolver produtos mais duráveis e reparáveis, com design ecológico e menor impacto ambiental. Obs.: estágios do ciclo de vida incluem a aquisição da matéria-prima, projeto, produção, transporte / entrega, uso, tratamento pós-uso e disposição final.

• Relacionamento com fornecedores / terceiros / prestadores de serviços

12. Selecione fornecedores melhores: priorize os que também adotam práticas sustentáveis, os que oferecem produtos ecológicos, os que possuem certificações ambientais, os que oferecem energia proveniente de fontes renováveis, como solar ou eólica.
13. Colabore com a cadeia de suprimentos: trabalhe em conjunto com os fornecedores para identificar e implementar melhorias ambientais em toda a cadeia de valor.

• Conscientização e engajamento

14. Treine e capacite seus colaboradores: realize (periodicamente) treinamentos e workshops sobre temas ambientais para todos os colaboradores para incentivar a participação deles em ações de sustentabilidade e promover conscientização.
15. Implemente uma comunicação mais eficaz: divulgue internamente as iniciativas de sustentabilidade da empresa para os colaboradores internos e também externamente para clientes, fornecedores e comunidade em geral; isso ajuda a promover sua imagem e melhorar a sua reputação.

• Gestão ambiental

16. Implante um sistema de gestão ambiental: introduzir um SGA – baseado ou não em normas técnicas, como a ISO 14001 – traz uma série de benefícios a médio e longo prazo; entre eles, citam-se uma maior conformidade com a legislação e a melhoria contínua do desempenho ambiental.
17. Realize monitoramento e avaliação: meça e monitore regularmente os indicadores ambientais da empresa e avalie a eficácia das ações implementadas tanto para correção quanto para melhoria; isso também é parte de um SGA. Os indicadores devem ser tanto de desempenho administrativo quanto operacionais: para os operacionais, conheça os níveis considerados prejudiciais e que constituem poluição, ou seja, padrões e parâmetros previstos na legislação para poluição sonora, de água, do ar, do solo.
18. Faça manutenção preventiva: manutenção regular em máquinas e equipamentos garante que operem de maneira eficiente e com menor consumo de energia, além de evitar vazamentos, derramamentos, rachaduras, etc.; isso também é parte de um SGA.
19. Prepare-se para emergências ambientais: faça um levantamento de possíveis incidentes ambientais e desenvolva um plano de emergência para lidar com eles; isso também é parte de um SGA. Observe que cada cenário exige uma estratégia diferente, seja um derramamento, um vazamento, uma explosão, um incêndio, uma contaminação, etc.

• Inovação e desenvolvimento

20. Estude: invista em pesquisa e desenvolvimento e descubra novas tecnologias e soluções sustentáveis para ter mais eficiência em seus processos, seja com a substituição de uma máquina antiga por uma mais moderna, seja com uso de inteligência artificial, seja com adoção de ferramentas para gestão de projetos e tarefas (como Monday, ClickUp, Asana, Todoist, Trello, etc.). Reserve periodicamente um momento para estudar como melhorar seu negócio como um todo em vez de apenas executar atividades operacionais e administrativas.

De forma ampla, ações para promover o meio ambiente podem se relacionar a mitigar emissões de gases de efeito estufa, adaptação a mudanças climáticas, uso eficiente de energia, uso racional de água, gestão de efluentes, conservação de biodiversidade, uso sustentável de biodiversidade, implementação de economia circular, gestão de resíduos, implantação de uma gestão ambiental na organização, prevenção à poluição sonora, cuidado com emissão de poluentes atmosféricos, gestão de áreas contaminadas e cuidados com produtos perigosos, entre outros critérios.

 

Kesley Barbosa

29.08.2024